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A face de um recém-nascido e de uma criança não é a imagem menor da face de um adulto.  Existem diferenças de proporções entre as estruturas que a compõem. A testa é mais proeminente e o rosto é proporcionalmente menor e ovalado nas crianças jovens.  A erupção da dentição de leite e posteriormente a permanente determina o desenvolvimento da mandíbula e da maxila, ocasionando um alongamento da face. Esse crescimento ocorre  durante toda a infância, até alcançar as proporções adultas.  Associado a esse crescimento, o perfil também muda, com uma maior  proeminência do nariz e do queixo (as crianças pequenas tem narizes e queixos mais achatados). Na adolescência ocorre um pronunciado crescimento vertical do nariz, que é causado pelo crescimento do septo  e pelas paredes laterais do nariz. (Fig 1)

 

As principais diferenças entre a face da criança e do adulto.

 

As crianças respiram principalmente pelo nariz. A obstrução nasal crônica  pode causar a  constante respiração bucal, com posicionamento anormal da língua e possíveis alterações no crescimento craniofacial. O crescimento da face na criança é feito através de um intricado mecanismo de estimulo por compressão.  A posição correta seria a respiração pelo nariz, com a boca fechada e  a língua pressionando o palato (céu da boca).  Com a respiração pela boca, a língua não fica em contado, ocasionando um crescimento anormal e mais estreito do palato (palato ogival).  A arcada dentária superior fica mais estreita, por compressão externa da maxila, e os dentes anteriores tendem a ficar mais para frente.  A compressão do septo pelo palato crescendo para cima pode ocasionar seu deslocamento, podendo piorar ainda mais o quadro de obstrução nasal. Isso ocasiona um assimetria entre  o crescimento da maxila superior e a mandíbula inferior podendo causar  uma mordida cruzada.

 

Além das alterações no desenvolvimento da face, a obstrução nasal crônica leva a outras problemas  na boca. 

 

Existe uma diminuição do fluxo de saliva pelo ressecamento causado pela respiração oral. Isso ocasiona uma proliferação de bactérias que podem estar relacionados a uma maior incidência de gengivites, cárie e halitose.

 

O diagnóstico e o tratamento precoce da respiração pela boca  levam a uma diminuição dessas alterações, evitam seu agravamento e em alguns casos conseguem até reverter completamente os mesmos.

 

Departamento Otorrinopediatria do Instituto da Criança